O Guaxinim e os Desenhos da Areia

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Na costa ensolarada do Espírito Santo, onde as ondas beijavam a areia com um ritmo constante e suave, vivia um guaxinim chamado Nino. Ele era conhecido entre os animais do litoral por sua curiosidade e por seu olhar atento para as pequenas maravilhas do mundo.

Nino gostava de explorar as praias, farejar as conchas e observar os padrões que o vento deixava na areia. Um dia, enquanto caminhava na maré baixa, teve uma ideia que mudaria sua rotina para sempre.

— E se eu pudesse usar essa areia para criar algo? — pensou, empolgado.

Ele começou a desenhar com as patas marcas simples, círculos e linhas. Logo percebeu que, com um pouco mais de cuidado, podia formar figuras mais complexas, como conchas, peixes e até um sol que parecia brilhar na areia.

Enquanto trabalhava, a mangaba-do-litoral chamada Lia passou por ali.

— O que você está fazendo, Nino? — perguntou, curiosa.

— Estou tentando fazer arte com a areia! Quero mostrar que podemos usar a criatividade para nos expressar de um jeito diferente.

Lia sorriu e sentou-se ao lado dele.

— Isso parece divertido. Posso ajudar?

E assim começaram a trabalhar juntos, Nino desenhando com as patas e Lia usando galhos e folhas para dar detalhes às figuras.

Logo, outros animais da região chegaram para ver o que acontecia: a garça-branca, o caranguejo-uçá, até o peixe-boi marinho que nadava perto da costa.

— Podemos também fazer desenhos? — perguntou o caranguejo, animado.

— Claro! A arte é para todos! — respondeu Nino, feliz.

Cada um trouxe seu talento para os desenhos: o peixe-boi usava a cauda para formar grandes curvas, o caranguejo marcava detalhes finos na areia, e a garça sugeria formas que o grupo ainda não tinha pensado.

Nino percebeu que, juntos, criavam coisas muito mais bonitas do que sozinho. A cooperação transformava o simples ato de desenhar em uma verdadeira obra de arte coletiva.

Numa tarde, enquanto o sol começava a se pôr, um grupo de crianças humanas apareceu na praia, encantadas com os desenhos coloridos pela luz dourada do entardecer.

— Olhem só! — exclamou uma delas. — Alguém fez tudo isso aqui!

As crianças começaram a desenhar também, copiando as formas feitas pelos animais e adicionando suas próprias criações.

Nino observava tudo com alegria. Sua arte na areia, que antes era apenas uma brincadeira, agora unia espécies diferentes e até humanos em uma expressão comum de beleza e amizade.

Naquela noite, enquanto o vento marinho cantava entre as folhas, Nino e Lia conversaram sob as estrelas.

— Sabe, Nino, acho que a arte não é só sobre criar coisas bonitas — disse Lia — é sobre juntar os corações para compartilhar algo que palavras não dizem.

— É verdade — concordou Nino. — A criatividade nos mostra que todos somos parte de algo maior, e juntos podemos fazer o impossível.

A história do guaxinim que desenhava na areia logo se espalhou pelo litoral do Espírito Santo, inspirando outros animais e humanos a olharem o mundo com mais olhos de artista e coração aberto.

Entre as ondas e as conchas, ficou claro que a verdadeira arte é feita de cooperação, respeito e a vontade de se expressar sem medo.

A lição de moral dessa fábula ressoa como o som do mar:

"A arte nasce da criatividade, mas floresce na união. Quando compartilhamos nossos dons, desenhamos juntos a beleza da convivência."

E assim, nas praias de areia branca e fina do litoral capixaba, o nome de Nino e seus amigos ficou para sempre gravado — não apenas na areia, que o vento leva e traz, mas no coração de todos que aprenderam a valorizar o poder da expressão e da colaboração.


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