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A Coruja Que Só Voava de Dia

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No vasto cerrado do Tocantins, onde o sol pinta o céu com cores quentes e os ipês amarelos florescem, vivia uma coruja chamada Iara. Diferente de suas irmãs e irmãos que eram criaturas da noite, Iara tinha um hábito pouco comum: ela só voava de dia.

— Iara, por que você voa à luz do sol? — perguntou a jandaia-do-cerrado, sua amiga colorida e tagarela.

— Porque eu prefiro assim — respondeu Iara, batendo suas asas em um salto suave — o dia me traz uma visão diferente, mais clara, mais cheia de cores.

As outras corujas não entendiam. Para elas, o dia era um momento para descansar, esconder-se nas árvores e sonhar com a noite. Voar à luz do sol parecia estranho, quase errado.

— Você está se afastando do que é natural para nós — dizia o velho urubu-rei, que sempre observava do alto das árvores.

Mas Iara sentia em seu coração que sua escolha tinha sentido.

Numa manhã, enquanto explorava uma clareira banhada pelo sol, Iara encontrou o tamanduá-bandeira do Tocantins, chamado Zeca.

— O que faz uma coruja voando de dia? — perguntou Zeca, curioso.

— Eu escolhi viver de um jeito diferente, usando minha visão para ver o mundo com outras cores e detalhes.

Zeca sorriu.

— Isso me lembra quando decidi deixar as tocas para explorar o cerrado durante o dia, descobrindo que a vida muda conforme o olhar.

Iara contou a Zeca que sua visão durante o dia era mais do que luz. Era uma maneira de entender o tempo, os sons, as formas da natureza que as sombras da noite escondiam.

— Mas você não sente medo do julgamento? — perguntou Zeca.

— No começo sim — confessou Iara — mas a sabedoria é aceitar que cada um tem seu jeito de ser. Não precisamos ser iguais para sermos verdadeiros.

Durante uma caminhada, eles encontraram o tamanduá-mirim do Tocantins, que vivia às margens do rio Araguaia.

— Vocês sabem? — disse o tamanduá — Aprendi que a verdadeira visão não está nos olhos, mas na aceitação do que somos e do que podemos escolher ser.

Iara sentiu uma alegria profunda. Entendeu que sua escolha, seu hábito de voar de dia, era uma expressão da sua identidade e da sua sabedoria.

As outras corujas começaram a reparar que, ao contrário do que pensavam, Iara trazia notícias do mundo ao redor com detalhes que só a luz do dia poderia revelar: o desabrochar das flores do ipê, o voo das andorinhas e o brilho do cerrado ao sol.

— Talvez o que importa não seja quando voamos, mas como usamos nossa visão para aprender e crescer — comentou a coruja mais velha.

Com o tempo, Iara tornou-se um símbolo no cerrado: uma coruja que ensinava sobre aceitação, escolha e a riqueza de olhar o mundo com diferentes olhos.

Em suas vozes e cantos, os animais do Tocantins passaram a contar a fábula da coruja que ousou quebrar o hábito e voar durante o dia.

A lição de moral desta fábula voa livre como o vento entre as árvores:

“A verdadeira sabedoria está em aceitar suas escolhas e usar sua visão única para iluminar o mundo, mesmo que isso signifique voar contra a corrente.”

Assim, a coruja Iara, com seu voo diurno, mostrou que ser fiel a si mesmo é o maior ato de coragem e que a aceitação transforma o hábito em sabedoria.


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